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Investimento
Cuidativa e Ministério da Saúde produzem curso de manejo da dor crônica na atenção primária à saúde
No País, a condição é prevalente em 40% dos adultos e é uma das maiores fontes de gastos na saúde pública; capacitação pretende atender as demandas
Volmer Perez - DP - Representante do Ministério da Saúde, Daniel Amado (E) visitou a Famed ontem para reuniões sobre o projeto
Após as experiências da Faculdade de Medicina da Universidade Federal dePelotas (Famed-UFPel) e da unidade Cuidativa terem chamado a atenção, o Ministério da Saúde celebrou um convênio de R$ 3 milhões com a Instituição para a construção de um curso dedicado à capacitação de profissionais da atenção primária da saúde no manejo da dor crônica. A formação com etapas online e práticas será ofertada para todo o País. Nos últimos dois dias, representantes do Ministério estiveram em Pelotas para tratar sobre o plano de produção do curso e instruir profissionais da Famed.
O curso abordará a administração adequada farmacológica e também estratégias de práticas integrativas e complementares em saúde para a promoção de maior qualidade de vida às pessoas que vivem com dores crônicas. Ainda nas primeiras etapas de construção, quando for ofertada, a capacitação terá 180 horas e disponibilizará um certificado de habilitação do profissional. Assim como os outros cursos do Ministério da Saúde, ele será hospedado na Universidade Aberta do SUS (Una-SUS).
De acordo com o assessor da Secretaria de Atenção Primária do Ministério, Daniel Amado, a Famed foi selecionada para a produção devido às práticas relacionadas a esse tema que a Cuidativa - unidade dedicada aos cuidados paliativos - tem exercido. “Conhecemos a experiência de formação na atenção primária e de tratamento da dor da Cuidativa que é um exemplo bem sucedido de um referencial teórico que interessa ao Ministério e a partir disso estabelecemos um convênio para uma formação não só para a região, mas em nível nacional.”
Com relação ao tema, Amado explica que surge devido à alta demanda de tratamento de dores crônicas no Brasil. “É uma das maiores necessidades da população, é o que mais se busca na atenção primária e precisamos ter um manejo adequado dessa dor”. O curso será elaborado em duas etapas. Inicialmente com a formação online e, em seguida, a etapa em que será necessária a aplicação prática do conhecimento pelos profissionais por meio de projetos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
“As pessoas vão ter o retorno desses profissionais que vão se sentir mais aptos a manejar a dor. A pessoa entra no curso a hora que ela quiser e acessa os conteúdos, 120 horas são autoinstrucionais e depois coloca-se em prática o cuidado em saúde onde ele trabalha”, complementa a diretora da Famed, Julieta Fripp. O assessor do Ministério da Saúde também ressalta que o cuidado adequado evita que o paciente retorne frequentemente à UBS com o mesmo problema. “Inclusive terá uma organização do trabalho que melhora aquela demanda que está sempre batendo na porta”.
Para ampliar a adesão ao curso, Julieta diz que a equipe realizará um trabalho de mobilização das secretarias de saúde dos municípios e outros órgãos ligados à assistência primária. “Fazer uma sensibilização porque isso vai resolver boa parte das reclamações que as pessoas têm e que há muitas vezes dificuldades de solucionar”.
O cenário da dor
Conforme dados do protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde, a dor crônica é uma das mais prevalentes e que causam maior limitação ao paciente, assim como custo aos sistemas de saúde. O relatório descreve ainda que estudos populacionais em adultos no Brasil revelam uma prevalência de aproximadamente 40% do problema. A dor crônica intensa gira em torno de 10%. Entre os locais mais atingidos pela dor estão a coluna, joelho, ombro e tornozelo.
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